Cimeira França-África inaugurada na cidade de Nice

BBC

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, procedeu à abertura da cimeira que visa melhorar relações com o continente africano.
O encontro, na estância francesa de Nice, deve discutir as relações empresariais entre a França e África, assim como a pirataria, terrorismo e mudanças climáticas.

Participam no encontro 38 líderes africanos e estão representados 53 países daquele continente.

Madagáscar não foi convidado e o Zimbabwe recusou-se a enviar uma delegação após a França ter objectado a participação do Presidente Robert Mugabe.

Grupos de liberdade civil criticaram a cimeira, referindo haver apenas dois líderes africanos participantes que não podem ser acusados de violação dos direitos humanos.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/story/2010/05/100531_franceafricaaws.shtml

Copa do Mundo movimenta países vizinhos da África do Sul

Agência Brasil

MAPUTO – A Copa do Mundo será na África do Sul, mas o evento movimenta praticamente todos os países da África Austral. Várias iniciativas foram tomadas nos últimos meses pelos governos dos membros da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral por causa do Mundial de Futebol.

A SADC (sigla em inglês para Southern Africa Development Coordination Conference) inclui, além do país-sede da Copa (África do Sul), Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

Nesta semana, chefes de polícia de 13 dos 14 países da SADC (Madagascar não participou) criaram uma força-tarefa para atuar durante a Copa. O foco é fortalecer a fiscalização das fronteiras e reforçar o corpo da guarda sul-africana com policiais dos demais países. As grandes preocupações são o deslocamento de bandidos, atraídos pelos turistas que devem vir para o Mundial, e o tráfico de pessoas.

No início do mês, o governo de Moçambique lançou a campanha Bassopa Moçambique (Cuidado, Moçambique em changana, a língua nativa mais falada no sul do país). O objetivo é alertar as famílias para a possibilidade de tráfico de seres humanos, especialmente de mulheres e crianças. E evitar o aliciamento delas pelas redes de prostituição e para trabalho barato ou ilegal na África do Sul.

Mas a Copa no país vizinho não traz só preocupações para esse grupo. Nesta sexta-feira (28) terminou o curso de capacitação para taxistas na capital moçambicana, Maputo. Eles aprenderam noções básicas de inglês e de como tratar os turista que, esperam eles, virão da África do Sul.

Maputo fica a cerca de 550 quilômetros de Joanesburgo por boa estrada. O trajeto é vencido em cerca de 6 horas, contado o trâmite para cruzar a fronteira. Três companhias aéreas fazem o trajeto Joanesburgo-Maputo, de 45 minutos, que custa cerca de R$ 500 o trecho.

O Instituto Nacional de Turismo de Moçambique apostou na Copa como chamariz. Aglutinou operadores locais e sul-africanos para conseguir preços melhores de hotéis, traslados e serviços. Os pacotes incluem a oferta de visitas a Maputo, aos parques de safári próximos (alguns a menos de 100 quilômetros) e as belíssimas praias de Vilanculo, no centro do país, e de Pemba, ao norte. Mas um novo terminal do aeroporto de Maputo, ainda em construção, não ficará pronto a tempo.

Até a estatal de energia elétrica moçambicana lucrou com a Copa na África do Sul. A Electricidade de Moçambique (EDM) vai alocar uma quota adicional de 50 megawatts ao vizinho entre 11 de junho e 11 de junho. Na última reunião da Souther African Power Pull – grupo que congrega as empresas de eletricidade da SADC – foi anunciado que todas se comprometeram a usar suas rede de produção, transporte de energia e competência técnica para apoiar a África do Sul, caso seja necessário.

Fonte: http://www.dci.com.br/noticia.aspid_editoria=9&id_noticia=328956

Finalista angolano apela ao jornalismo exemplar

Angola Press

Kampala – O jornalista angolano Sebastiao Vemba apelou, nessa quinta-feira, em Kampala, ao exercício de um jornalismo exemplar comprometido com a verdade.

Indicado como um dos 27 finalistas da 15ª edição do concurso  do Prêmio Jornalista Africano CNN MultiChoice, Vemba conta com apenas 25 anos de idade e quatro de jornalismo.

O jornalista angolano concorreu com uma série de reportagens “Adeus Ilha”, um total de três peças sobre os desalojados do Bairro Benfica na Ilha de Luanda para o Zango, publicadas pelo semanário “Novo Jornal”.

 Em entrevista exclusiva à Angop, Vemba mostrou-se satisfeito com a evolução do jornalismo angolano e incentivou a que se pratique um jornalismo de investigação.

Considerou que a sua participação no prêmio vai ajudar a despertar o interesse dos jovens jornalistas angolanos na prática de um jornalismo de qualidade.

Sobre o que representa a sua presença numa lista de 27 finalistas, o jornalista disse que “aumentará a sua responsabilidade e vai continuar a abordar matérias de interesse público”.

 Vemba, que trabalha agora para a Revista Economia e Mercado, referiu que tem preferência em tratar de questões ligadas à micro-economia pois vão de encontro a questões que afetam o cidadão.

O jornalista, que concluiu um curso médio de língua portuguesa beneficiou de um curso de jornalismo no Cenjor em Portugal e aspira concluir a licenciatura em Direito.

Revelou que um dos seus desafios consiste em  aperfeiçoar os seus conhecimentos em língua inglesa.

A entrega do prêmio será feita a 29 de Maio do corrente ano na cidade de Kampala, mas a anteceder o anúncio do prémio os concorrentes participarão em alguns seminários sobre a situação do jornalismo africano.

Nesta edição, 2010, o jornalista angolano José Luís Mendonça integra o júri.

Em 2005 o mesmo foi agraciado com o galardão “Notícias Gerais da Lusofonia”, no concurso CNN-Multichoice Jornalista Africano.

O jornalista Ernesto Bartolomeu, da Televisão Pública de Angola, venceu em 2009  na categoria de língua portuguesa  com uma reportagem histórica sobre o Kuito Cuanavale, município da província angolana do Kuando Kubango.

 A 15ª edição deste concurso coincide com a celebração dos 30 anos da CNN, como o primeiro fornecedor de notícias do mundo.

O Prêmio Jornalista Africano do Ano CNN foi fundado em 1995 por Edward Boateng que foi director regional africano da Turner Broadcasting System Inc, empresa-mãe da CNN) e o falecido Mohamed Amin, com o objectivo de reconhecer e incentivar a excelência no jornalismo por toda a África.

Fonte: http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/sociedade/2010/4/21/Finalista-angolano-apela-jornalismo-exemplar,d433c14b-a09a-44f6-9bc7-23d29bd67873.html

África: as razões do subdesenvolvimento

BBC

Um painel internacional liderada por Kofi Annan, nesta terça-feira (25), na África do Sul, afirmou que o subdesenvolvimento da África ocorre mais em razão da falta de vontade dos seus dirigentes do que de problemas de recursos.

“Não é a falta de recursos, a saída de diplomados ou o fracasso dos projetos que são problemáticos”, disse o ex-secretário-geral Kofi Annan ao apresentar o relatório.

O grupo reafirmou as constatações feitas no passado por outras instituições, que “apenas os africanos das elites se beneficiam dos vastos recursos do continente”.

Segundo o relatório Global Financial Integrity, o continente apresenta elevados níveis de corrupção. A ONG, sediada nos Estados Unidos, constatou que apenas em 2008, as transferências de dinheiro de origem duvidosa a partir da África para outros continentes chegaram entre 37 e 53 bilhões de dólares.

Desde 1970, esta soma é três vezes mais importantes que todas as doações e ajuda recebida dos países desenvolvidos no mesmo período.

De acordo com a Global Financial Integrity, esses bilhões de dólares que deixaram a África tem origem da “corrupção, evasão fiscal ou de lavagem de dinheiro”.

“Se metade desses fluxos financeiros fossem diminuídos daria para resolver todos os problemas de financiamento”, disse Kofi Annan a jornalistas em Johanesburgo.

É verdade que muitos líderes africanos ainda estão sendo investigadas ou processadas sobre a origem das suas fortunas colossais no estrangeiro.

Os presidentes Paul Biya, dos Camarões, Obiang Nguema, da Guiné Equatorial, o congolês Denis Sassou-Nguesso e Omar Bongo, do Gabão tiveram de se defender contra a ação intentada pela ONG Transparency International France, no caso de bens chamado mal adquiridos. Na Grã-Bretanha, a propriedade de um ex-governador de um estado da federação nigeriana foi recentemente apreendida.

Além de Kofi Annan, que preside o Painel sobre o progresso da África, o grupo inclui, entre outros, o presidente da Transparência Internacional, Peter Eigen e o ex-presidente Olusegun Obasanjo da Nigéria.

O grupo foi criado em 2007 para garantir o cumprimento de promessas de ajuda feitas pelos países desenvolvidos, incluindo os membros do grupo G7.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/french/news/story/2010/05/100525_afrique_developpement.shtml

Organização africana faz 47 anos e intelectuais defendem recuperação da autoestima popular

Agência Brasil

Maputo – A Organização de Unidade Africana (OUA) completou nesta terça-feira (25/5) 47 anos de criação. Do ponto de vista político, o ato é considerado um dos mais marcantes para o fortalecimento dos movimentos pela independência nos países africanos. Em 25 de maio de 1963, 32 estados já independentes assinaram em Adis Abeba, capital da Etiópia, a carta que criou a organização. A data é celebrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia da África.

A entidade existiu até 2002, quando foi dissolvida e deu lugar à União Africana, que congrega 53 dos 54 países do continente – Marrocos afastou-se m 1985, em protesto pela admissão da autoproclamada República Árabe Saharaui, reconhecida pela OUA em 1982.

Hoje em dia, a África tem aproximadamente 30 milhões de quilômetros quadrados e mais de 800 milhões de habitantes vivendo em 50 repúblicas presidencialistas e três monarquias – Lesoto, Marrocos e Suazilândia. Cerca de 63% da população africana vivem no campo, e a agricultura é a base da economia de muitos dos países. Por isso, o Produto Interno Bruto (PIB) da África corresponde a apenas 1,9% do total global e o continente participa de apenas 2% das transações comerciais internacionais. Sozinha, a África do Sul perfaz um quinto do PIB do continente.

Pelos dados do Banco Mundial, quase metade dos africanos vive com menos de US$ 1 por dia, padrão de pobreza absoluta. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 300 milhões de africanos passarão fome este ano. No continente estão dois terços dos portadores de HIV/AIDS, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mesmo com tantos problemas, há sim o que comemorar, diz o diretor do Centro de Análise Política da Universidade Eduardo Mondlane, Gerhard Liesegang. Alemão, ele vive em Maputo, capital de Moçambique, há 40 anos. “Não se costuma ver o progresso que a África está a fazer, apesar de vários países terem governo corruptos”, afirma o professor, com sotaque alemão, carregado nos “erres”. “E a maior mudança é dentro das mentes dos africanos, que transformam suas experiências em novas escolhas”, afirma Liesegang.

Para a produtora cultural Tina Mucavele, uma das organizadoras da Semana de Identidade Africana, que vai até sexta-feira (28) em Maputo, é fundamental recuperar a autoestima do povo africano. “A colonização nos deixou uma identidade de povo oprimido, apologético, sem confiança, que está sempre a pedir algo ou desculpas.” Mas, de acordo com ela, “essa não é a característica humana das pessoas da África. É uma marca social que acabou imposta pela nossa história.”

Uma das atrações mostradas na Semana de Identidade Africana foi o documentário Motherland (Terra Mãe), do cineasta alemão e negro Alik Sharadah. No filme, diversas personalidades sugerem que o rompimento com os padrões exigidos pelo mundo globalizado podem ser a saída para a África. O documentário ressalta que, em cerca de 300 anos, 40 milhões de africanos foram levados como escravos para gerar lucros na Europa e na América. Mostra também que muitos de seus países resultam de divisão feita pelos colonizadores para explorar riquezas, sem levar em conta aspectos culturais ou étnicos.

O filósofo moçambicano Severino Nguenha acha que o processo de independência ainda não se consumou. “Somos independentes, um grande avanço em si. E isso é inegociável. Mesmo que a independência ainda não tenha se transformados em liberdades plenas e concretas para os indivíduos”, afirma o bacharel em teologia, doutor em filosofia e professor da Universidade Lausanne, na Suíça.

“Temos problemas muito sérios em todos os países africanos, mas é inegável que, em 47 anos, houve progressos enormes, como o acesso à educação, “muito superior ao que tínhamos antes da independência, aqui em Moçambique, por exemplo”, destacha Nguenha.

A atriz Lucrécia Paco, que também se apresenta na Semana da Identidade Africana, acredita que as virtudes e as possibilidades africanas fortalecem a busca interna por saídas para os problemas. “Fomos feitos pobres, não somos pobres”, afirma Lucrécia. “O futuro está em África e devemos dizer isso. Daqui muitos foram levados para enriquecer o Primeiro Mundo. E neste momento é preciso voltar lá atrás.”

Nguenha concorda com a atriz. “As soluções africanas virão de um pensamento endógeno”, defende ele. “As estratégias para solução dos problemas devem ser firmemente ancoradas no próprio continente africano.”

O filósofo cita o autor francês Victor Hugo para justificar sua confiança: “’as utopias são a verdade do amanhã’. Foi com muito esforço que saiu-se da escravatura. Com muito esforço saiu-se do colonialismo. É com ainda mais esforço que podemos encontrar um caminho em direção a um desenvolvimento que tem que ser africano. Não tem que ser nem americano, nem europeu.”

Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/25/mundo,i=194354/ORGANIZACAO+AFRICANA+FAZ+47+ANOS+E+INTELECTUAIS+DEFENDEM+RECUPERACAO+DA+AUTOESTIMA+POPULAR.shtml