ALUNA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA ÁFRICA DO NEGRO NO BRASIL DA UNICASTELO INGRESSA NO MESTRADO NA UNIFESP

Aluna do Curso de Especialização da História da África e do Negro no Brasil da Unicastelo, Andreia Kelly Marques ingressa, em 2012, no curso de Mestrado de História, linha de pesquisa História da África coordenada pela professora doutora Patrícia Teixeira Santos. Foi entrevistada pelo professor doutor Bas’Ilele Malomalo, coordenador da Pós África da Unicastelo. Andreia Kelly fala sobre a sua infância em Santos, na escola, como o curso da Unicastelo a ajudou e quais são suas expectativas para esta nova etapa de sua vida.

 

 

 

 

Arquivo pessoal: Mestranda Andreia Kelly Marques na biblioteca da Unicastelo, 2011.

 

Fale um pouco para nós da sua infância e adolescência. Onde você nasceu? Quantos irmãos tem? Na sua família se falava da cultura negra?

 

Nasci em São Vicente, cidade do litoral de São Paulo, meu pai foi operário, hoje aposentado e minha mãe é funcionária pública do poder judiciário. Tenho dois irmãos, uma mais velha que é advogada e um mais novo que hoje cursa administração.

Minha mãe tem um hábito que herdou dos meus avôs que é o de contar histórias e eu sempre gostei de ouvi-las. Minha avó e minha bisavó contavam aquelas histórias de saci, de como elas andavam para dançar umbigada. Meu Avô, que hoje tem 89 anos, ainda me conta como foi o em tempo que jogava futebol, como era o racismo no futebol e outras histórias. Acho que essa foi a forma deles contarem sobre a cultura negra.

 

Fala um pouco para nós do tempo que você freqüentava a escola: escola básica e a primeira faculdade. Seus professores falavam da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira?

Sempre prestava atenção no que meus professores falavam e, como toda criança negra, sofria ofensas racistas e tal, mas uma coisa que me marcou na escola foi quando procurando palavras no dicionário eu li a palavras negrada, li que era um bando de baderneiros, aquilo me chocou muito porque quando ouvia essa palavra lembrava de festa porque  sempre ouvi meus tios falarem. “Hoje vamos reunir toda a negrada da família”, quando li achei aquilo errado, mas ao mesmo tempo era o dicionário o lugar de saber o significado das palavras.

Na educação básica nunca tive professores que falavam de cultura negra, o que sabia era  de conversar com a minha família de ouvir música negra, hip hop.Só na universidade que comecei a ouvir coisas diferentes.

Cursei letras na UNESP de Assis, e no meu primeiro ano da faculdade assisti a uma palestra da professora Pr. Dr.Tânia Macedo falando sobre a literatura angolana e , dentre várias coisas faladas, lembro a história da Rainha Nzinga, do Quilombhoje, foi ai que despertei para este tema quanto objeto de estudo, isso foi em 2002.Depois participei do NUPE, Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UNESP com a coordenação do Prof Dr Sérgio Norte, foi um momento muito importante pois não só eu como vários outros alunos negros nos reunimos para ler textos e discutir as questões étnico raciais e isso nos fortaleceu muito.Somos amigos até hoje e muitos estão dando prosseguimento na vida acadêmica.

 

 Você já sofreu discriminação, preconceito racial na sua vida?

Já, a ação propriamente discriminatória sofri na escola. Acredito que é este o ambiente em que o negro começa a perceber que há algo de errado. Mas acredito que o preconceito não está só na relação interpessoal, além disso, temos toda a violência simbólica, as estatísticas que mostram o genocídio da juventude negra, a morte de mulheres negras por não terem acesso aos cuidados básicos de saúde, a lei10.639 que ainda não é efetivamente implementada. Entre outras coisas, tudo isso para mim é sofrer racismo e discriminação.

 

O que te levou a vir fazer o Curso da História da África e do Negro no Brasil na Unicastelo?

Resolvi fazer o curso porque considero importante aprofundar os estudos a respeito de História da África.

 

Arquivo pessoal: Prof. Dr. Bas’Ilele Malomalo e os alunos da Pós África, Unicastelo, 2011.

 

O que você mais aprendeu quando estava no curso da Pós África da Unicastelo? Fale de seus professores e colegas?

Aprendi que por mais que consideremos que sabemos algo a respeito da História do Negro no Brasil e História da África ainda temos muito  a caminhar pois só a reflexão qualitativa leva a entender o que realmente acontece na África atualmente, porque ainda conhecemos a África através de estereótipo ou porque a  idealizamos ou porque desconhecemos os vários mecanismo que levaram o continente a ser colonizado.

Os professores proporcionaram condições para que nós discutíssemos e estudássemos os temas que mais achássemos relevantes.A convivência com os colegas foi muito prazerosa, já havia feito outro curso de especialização em língua portuguesa, mas acredito que conseguimos criar um clima em que pudemos trocar os conhecimentos que íamos adquirindo ao longo da aula.

 

Você acha que o curso da Pós África da Unicastelo te ajudou a se preparar para ingressar na UNIFESP?

Com certeza, o curso me auxiliou, pois foi através dele que pude ter contato com a discussão historiográfica que envolve a História da África.

 

O que você diria para outras pessoas que gostariam de fazer o curso da Pós África da Unicastelo?

Posso dizer que para ensinar História da áfrica ou cultura afro-brasileira é necessária uma boa formação e tive isso na Unicastelo.

 

O Curso da Unicastelo da Pós África lhe tem ajudado na sua prática de docente no ensino básico?

As disciplinas me auxiliaram a preparar aulas com objetivos mais claros para o ensino da lei 10639/03

O que a África e ser uma mulher negra para você hoje?

 

Acho que ser uma mulher negra no Brasil atualmente e ter consciência de que essa condição me impõe alguns desafios que não são postos paras outras pessoas, mas que ao mesmo tempo essa condição me dá estrutura para enfrentar esses desafios.

Acho que hoje a África significa para mim um universo que poderei entender cada vez mais.

 

Você acha que o estudo da História da África e do Negro no Brasil ajuda a construir um país sem racismo?

 

Sim, muito do racismo, principalmente entre as crianças e os adolescentes é fruto de desconhecimento por isso o preconceito pode ser combatido  através do ensino de história da África e do Negro do Brasil.

Quais são suas expectativas ao ingressar na UNIFESP? Seus projetos do futuro?

Minhas expectativas é a de realizar uma pesquisa que possa contribuir de alguma forma para os estudos da história do negro no Brasil.

 

Saber mais:

O curso de Especialização de História da África e do Negro no Brasil visa formar especialistas, professores habilitados em trabalhar a lei 10.639 no âmbito escolar e não escolar. As disciplinas são modulares, em cada três meses abre-se novas vagas. As próximas disciplinas, com início em 14 de abril de 2012, são: Geografia Política e Econômica da África (30hs) e Literatura Africana e Afro-Brasileira (30hs). Os interessados podem se inscrever como alunos pós-graduandos regulares ou alunos de extensão com direito a certificado uma vez compridas às normas do curso.

Acessar: Estudos Africanos (http://www.unicastelo.br/site/pos_graduacao/).

 

Postado por Mario Lira – assessoria de imprensa

Furto do celular da primeira-dama de Madagascar provoca busca frenética

Seguranças ‘varrem’ cidade de Toamasina, mas aparelho não foi encontrado.
Após 5 dias de buscas, 7 pessoas são suspeitas do furto.

 

O furto do telefone celular da primeira-dama de Madagascar, Mialy Rajoelina, provocou uma intensa busca no país africano, já que o aparelho poderia conter “informações delicadas” e “contatos de gente importante”.

Segundo a revista “Africa Review”, o BlackBerry da mulher desapareceu na sexta-feira (16) passada quando carregava sua bateria no escritório presidencial da cidade litorânea de Toamasina.

Após o anúncio do furto, civis e agentes de segurança iniciaram uma intensa busca na região.

“O furto aconteceu na sexta-feira passada e sete pessoas foram acusadas após cinco dias”, diz a revista.

O atual presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, chegou ao poder em 2009 após um golpe de Estado apoiado pelo Exército que serviu para depor Marc Ravalomanana, atualmente exilado na África do Sul.

Desde o levante, o regime de Rajoelina está submetido ao ostracismo internacional e suspenso dentro da União Africana e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, enquanto não for restabelecida a ordem constitucional.

Fonte: Globo.com

Postado por Mario Lira – assessor de imprensa

Eritreia denuncia agressão militar da Etiópia

AE – Agência Estado

O governo da Eritreia disse nesta sexta-feira que o ataque contra um posto militar eritreu, desfechado ontem por soldados etíopes, foi feito para desviar a atenção da longa disputa de fronteira que os dois países têm há décadas. A Etiópia disse ontem, logo após o ataque, que ele foi conduzido porque a Eritreia está treinando “grupos subversivos” que conduziram ataques dentro do seu território. Não foram informados detalhes mais amplos sobre as operações militares.

 

 

“É manifestamente claro que o regime etíope não poderia desfechar um ato tão flagrante de agressão, com tanta audácia, sem a proteção dos Estados Unidos no Conselho de Segurança” da ONU, disse o ministro das Relações Exteriores da Eritreia, Osman Saleh. A Eritreia costuma acusar os EUA de supostamente permitirem abusos da Etiópia, que está alinhada com Washington desde a década passada. A Etiópia é aliada dos EUA na guerra contra o terror.

 

“O governo da Eritreia pede ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, pela enésima vez, que arque com suas responsabilidades e tome medidas apropriadas para retificar os atos de agressão contra os territórios soberanos da Eritreia e garanta a justiça e o respeito à lei”, disse Saleh.

 

Ele disse que a Etiópia ataca território eritreu há dez anos e o assalto da quinta-feira foi desfechado para encobrir o fato de que a Etiópia ocupa território da Eritreia. Os dois países lutaram várias guerras desde a década de 1940, quando deixaram de ser colônias italianas. A Eritreia lutou contra a Etiópia até 1993, quando conseguiu sua independência.

 

Em janeiro, militantes supostamente vindos da Eritreia atacaram turistas europeus no norte da Etiópia, matando cinco e sequestrando dois, que foram libertados depois. Saleh disse que as mortes de turistas foram algo “deplorável” mas disse que a Etiópia usa isso como desculpa para um ataque. O primeiro-ministro da Etiópia, Meles Zenawi, disse ao Parlamento do país em abril do ano passado que seu governo iria apoiar ativamente a oposição eritreia para derrubar o regime do país vizinho. Relatórios da inteligência dos EUA indicam que a Eritreia apoiou a organização extremista Al-Shabab da Somália, que tem ligações com a Al-Qaeda. O governo da Eritreia nega as acusações.

As informações são da Associated Press.

Fonte: Estadão

Postado por Mario Lira – assessor de imprensa

Mortes em jogo de futebol levam 75 a julgamento no Egito

CAIRO, 15 Mar (Reuters) – Promotores ordenaram o julgamento de 75 pessoas, incluindo o chefe de segurança na cidade de Port Said, acusadas de causarem o pior desastre em um estádio de futebol no Egito, em que o policiamento negligente foi responsabilizado pela morte de 74 torcedores.

 

“Os acusados foram enviados para uma corte criminal sob acusações de cometerem homicídios intencionais e premeditados”, afirmou o gabinete do promotor geral ,em um comunicado nesta quinta-feira.

 

A repressão aconteceu após a invasão do campo quando o time al-Masry, de Port Said, derrotou o Al Ahli, do Cairo, o clube mais bem sucedido da África, no dia 2 de fevereiro.

 

Portas de aço do estádio foram travadas, prendendo os torcedores que tentavam escapar das arquibancadas e dezenas foram esmagadas até a morte, segundo testemunhas.

 

Muitos torcedores culparam o governo por não enviar contingente policial suficiente ao estádio dada à tensão da partida, e muitos acreditam que a violência foi iniciada por baderneiros contratados. Pelo menos mil pessoas ficaram feridas.

 

Torcedores de futebol egípcios conhecidos como “Ultras” fizeram parte da linha de frente dos protestos públicos que levaram à queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, e nos protestos subsequentes contra os generais do Exército que assumiram o poder após a queda de Mubarak.

 

Um inquérito parlamentar culpou tanto torcedores quanto o mau policiamento, e o chefe da segurança de Port Said, Essam Samak, foi demitido.

 

A televisão estatal informou que nove das 75 pessoas que serão julgadas são oficiais da polícia. Dois são menores de idade e serão submetidos a uma corte juvenil.

Fonte: Globo.com

Postado por Mario Lira

Fornecer água e comida à família é o desafio da mulher africana

O maior desafio da mulher rural na África é garantir dentro de casa comida e água a sua família, tarefa agravada pelos efeitos da mudança climática, afirmou nesta quinta-feira à agência EFE Wanjira Maathai, diretora da organização ecológica Green Belt Movement.

A filha da queniana ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2004 – Wangari Maathai, falecida em 25 de setembro do ano passado – revelou que “a mudança climática está complicando o trabalho” feito por milhões de mulheres em todo o continente, 60% da população vive na zona rural, conforme números da ONU Habitat.

Após um ato de comemoração ao Dia Internacional da Mulher na Embaixada da Espanha em Nairóbi, Maathai assinalou, no entanto, que também se materializaram importantes avanços na área, como a garantia de maior participação política para as mulheres assegurada na Constituição promulgada em agosto de 2010. “Quanto mais mulheres estiverem em postos decisivos, mais conseguiremos mudanças”, apontou a ativista.

Um número que Maathai espera que aumente após as próximas eleições quenianas, ainda sem data, mas previstas para ocorrer entre dezembro de 2012 e março de 2013.

Conforme a Federação de Mulheres Advogadas do Quênia, a nova Carta Magna reconhece – entre outros avanços na matéria – os mesmos direitos no casamento, igualdade de responsabilidade com os filhos sem importar o estado civil e a eliminação da discriminação de gênero em questões de propriedade e herança.

A Embaixada da Espanha em Nairóbi organizou uma exposição de fotografias sobre os aspectos cotidianos da vida das mulheres residentes em favelas da capital queniana.

As imagens, feitas por jovens fotógrafos do bairro pobre de Mathare, serão expostas, pelos próximos dez dias, na parte traseira de mais de 30 “matatus”, nome dado aos populares microonibus públicos do país.

Fonte: Terra .com

Postado por Mario Lira – assessoria de imprensa